quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rede Cananéia participa do VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental e Encontro Paralelo de Educomunicação em Salvador/BA

Elaine Marques e Juliana Greco Yamaoka
A experiência de Comunicação Comunitária junto às organizações e grupos associados à Rede Cananéia foi apresentada
A Associação Rede Cananéia participou do VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, entre os dias 28 e 31 de março, na cidade de Salvador/BA, e do Encontro Paralelo de Educomunicação, realizado entre 28 e 29 de março, organizado por Débora Menezes, com o objetivo de realizar o intercâmbio de informações e ideias para melhorar as ações realizadas junto aos grupos e às organizações de Cananéia.
O Fórum, de maneira geral, teve como finalidades realizar a troca de experiências entre educadores ambientais, proporcionar um espaço para pesquisas, vivências e experiências na área, preparar a comunidade civil para a Rio+20, dar continuidade ao Tratado de Educação Ambiental, promover o encontro de redes para fortalecimento da REBEA – Rede Brasileira de Educação Ambiental, proporcionar o encontro dos coletivos que atuam em educação ambiental e fortalecê-los, contribuir para a avaliação e o fortalecimento da Política Nacional de Educação Ambiental e promover o diálogo entre educação ambiental e diversidade.
Durante o Encontro Paralelo de Educomunicação, na manhã do dia 28 foi possível presenciar as palestras sobre “A visão da educomunicação e a interface com a educação ambiental”. O professor Ismar de Oliveira Soares, do Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicações e Artes da USP, abriu o encontro falando a respeito da relação da academia e o papel da reflexão teórica na educomunicação e a educação ambiental. Renata Maranhão, gerente de projetos do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, enfatizou a inserção da educomunicação em políticas públicas e o que vem sendo feito no âmbito da educação ambiental. Gracia Lopes Lima, do projeto Cala-Boca Já Morreu, também trouxe uma provocação aos participantes do Encontro, perguntando que tipo de educação estamos desenvolvendo quando falamos de educomunicação e qual educação queremos. A educadora lembrou que há ainda organizações e pessoas que praticam educomunicação com equívocos e é preciso ter coerência entre o discurso e a prática para evitar que isso ocorra. Para Silvio Marchini, da Escola da Amazônia, a primeira pergunta que o educomunicador tem que fazer, então, é: “Que comportamento eu quero mudar? Quais são as causas desse comportamento?”. E, a partir daí, a educomunicação pode contribuir de forma mais efetiva na prevenção e a resolução destes problemas. “Conhecer os sentimentos significa conhecer o público e ai beneficiar o meio ambiente. Isso deve ser o ponto de partida para qualquer ação para a educação ambiental e comunicação”, comentou. À tarde, foi o momento das organizações, grupos e comunidades presentes apresentarem seus trabalhos de educomunicação e comunicação comunitária, onde a Rede Cananéia realizou a apresentação de sua experiência junto aos Grupos e Organizações participantes do Projeto de Empreendedorismo Comunitário, onde, de forma colaborativa, construiu planos de comunicação para tais grupos, como forma de divulgar seus produtos e serviços para a geração de economia e renda. Além disso, grupos baianos e educadores ambientais compartilharam suas experiências junto a comunidades e escolas.
O segundo dia do Encontro foi de exposição e debate sobre o que foi exposto no dia anterior, sendo organizada uma dinâmica de painéis rotativos, onde todos os presentes puderam desenvolver as questões colocadas sobre educomunicação e sua interface com a educação ambiental, sendo: O que é educomunicação e como se dá sua relação com educação ambiental?; Quais os desafios enfrentados pela Educação Ambiental na Educomunicação?; Quais as propostas para a formação de um educador socioambiental na perspectiva da Educomunicação?; Como avaliar a Educação Ambiental e sua interface com a Educomunicação (processos e metas)?; Como desenvolver um projeto/iniciativa de Educomunicação e Educação Ambiental com continuidade e garantir coerência nos processos educativos? e Como dar continuidade ao diálogo e relações criadas durante o encontro de Educomunicação?
Por fim, o grupo assumiu o compromisso de realizar um encontro nacional de educomunicação socioambiental, para auto-formação, melhor articulação e realização de ações mobilizadoras para manter a Rede ativa. Para tanto, foi formado um grupo educom-ea@yahoogroups.com.br, com a missão de cada um também difundir ações em suas redes. Também será criado um blog como repositório de artigos, reportagens, textos, mídias e outros materiais de projetos de educomunicação e de políticas públicas de Educação Ambiental e de comunicação. Além de ações simultâneas em vídeo a serem postadas na semana que antecede a Rio+20, com ações educomunicativas em todo o Brasil para debater o tema.
Além do Encontro de Educomunicação, a Rede Cananéia também esteve presente nas seguintes ações do Fórum: no Encontro de Estruturas Educadoras, Juventude e Envelhecimento com Camila Santos Tolosa Bianchi e Joamara Mota Borges (org); Encontro de Povos Indígenas com Cacique Robson Miguel e Índia Tikuna We'e'na Miguel (org); Mesa Redonda: "Visões de Mundo e sua Relações com a Educação Ambiental" com Michele Sato (UFMT), Marcos Arruda (PACS), Celso Marques (Agapan/RS) e Marcos Terena; Plantas medicinais e homeopatia no cultivo das plantas com Denise Dinigri (Ecobairro), Alessandra Aziz e Filipe Pereira Giardini Bonfim (Grupo Entrefolhas - Viçosa/MG); Mesa Redonda: "Olhares da Educação Ambiental" - Educação Ambiental Popular, Educação Ambiental Crítica, Ecopedagogia, Alfabetização Ecológica, Educação Ambiental TRansformadora, Educação Ambiental Vivencial e Educação Gaia com Maria Rita Avanzi (UnB), May East (Educação Gaia - Findhorn / Escócia), Marcos Sorrentino (Esalq/USP), Carlos Rodrigues Brandão (Unicamp), Paulo Roberto Padilha (Instituto Paulo Freire), Rita Mendonça (Inst. Romã), A Prática Cultural como Prática Educativa: Manifestações Culturais Brasileiras (Ciranda, Côco, Cacuriá e Bumba-meu-Boi) como Ferramentas de Sensibilização Ambiental com Ciça dos Reis Ferrari Oliveira, do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia – INEMA e Manifestação pelo veto do Novo Código Florestal e Cortejo rumo a Rio+20 no Centro Histórico Pelourinho.
Vale lembrar que o Fórum foi promovido pela REBEA – Rede Brasileira de Educação Ambiental e, nesta edição, organizado pela REABA – Rede de Educação Ambiental da Bahia, trabalhando três eixos temáticos, sendo eles: a Articulação em rede das ações dos educadores ambientais brasileiros: Como podemos fortalecer o protagonismo da educação ambiental em rede, diante das políticas públicas ambientais e de sustentabilidade?; Rio+20: Como a educação ambiental pode contribuir para os eixos da Rio + 2: economia verde e erradicação da pobreza? e Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global: Como o tratado está presente atualmente na ação do educador ambiental brasileiro?
Outras informações: http://www.viiforumeducacaoambiental.org.br/

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