quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rede Caiçara de Turismo Comunitário realiza roteiros experimentais

Por Patricia Dunker
Entre os dias 28 de março a primeiro de abril, quarta a domingo, foram realizados dois roteiros experimentais de turismo comunitário, um para as comunidades e grupos da área continental, chamado, a princípio, de Roteiro Rural e outro para as comunidades que estão à beira do canal, chamado como Roteiro das Águas.
Ambos os roteiros iniciaram-se com vivências junto a grupos que atuam na área central de Cananéia, seguindo, posteriormente, para o continente ou ilha. Esta atividade ocorreu com a intenção de testar os roteiros elaborados coletivamente no final de 2011 junto às comunidades e aos grupos que participam da Rede Caiçara de Turismo Comunitário.
Participaram como visitantes dos roteiros representantes de alguns Pontos de Cultura do Vale do Ribeira, de São Paulo capital e representante de uma agência que atua em Paranapiacaba/SP. Com isso, os convidados puderam contribuir com novas ideias e avaliar a necessidade de alguns ajustes nas atividades previstas nos roteiros e as comunidades puderam ter contato com o primeiro grupo que veio com intenção de vivenciar o turismo comunitário.
Assim que os roteiros estiverem adaptados, eles serão divulgados para agências de viagens parceiras e no site, que está sendo elaborado para divulgar o turismo comunitário de Cananéia.
Durante os três primeiros dias os participantes tiveram a oportunidade de vivenciar o cotidiano e atividades junto às comunidades e grupos e no quarto dia houve o encontro para a avaliação. A avaliação foi bastante positiva, todos ficaram muito satisfeitos com a vivência e aprendizado. As sugestões feitas pelos convidados foram registradas e próximo passo será o retorno às comunidades e grupos envolvidos para a finalização dor roteiros e divulgação junto às agências.
Processamento da experiência nas comunidades da Ilha do Cardoso e comunidades rurais
Martha Elisa Lemos de Carvalho
“A experiência como um todo, foi espetacular, transcendente, inédita, singular. Por meio da equipe do Turismo Comunitário da Rede de Empreendedorismo em Cananéia adentramos um mundo novo, revelador e que superou as expectativas. Mesmo já tendo vivido experiência semelhante me percebi renovada e incomodada com a proposta e vivência comunitárias...
A aproximação com as comunidades, na prática, com toda sua pluralidade, diversidade e simplicidade nos despertou os sentidos, despertou a alma. Convite ao encontro, afeto, sabedoria de vida... história, tradição, memória, ancestralidade. Uma coisa é 'ouvir falar', outra, vivenciar.
As trilhas, oficinas, vivências, revelam modos de vida, usos e costumes há muito perdidos ou esquecidos por nós 'urbanóides' nas grandes cidades do País. O grupo e coordenação, atenciosos, prestativos e cuidadosos, a todo momento nos auxiliando, contando e partilhando histórias próprias e da comunidade, solidários e anfitriões. As comunidades, inigualáveis! Resumo: Pessoas, pessoalidade.
Nós, colaboradoras da Rede de Pontos de Cultura em Diadema ficamos extremamente agradecidas pela acolhida, oportunidade e a hospitalidade. Retornamos a São Paulo com a graça e a benção da cultura de convivência e paz: na economia criativa, no modo de vida da população local, na sustentabilidade sociocultural, na ancestralidade, no minimizar impactos ambientais, enfim, um turismo responsável.
Vocês sabem, Ponto de Cultura e Cultura Viva é isso... como diz Célio Turino - Solidariedade + Criatividade = ALTERIDADE!!! Hoje e sempre. Saudamos a todos e todas, hoje e sempre, que assim seja!”
Outro depoimento (por Sandra Rosa): “ficou ótimo o texto da vivência que tivemos em Cananéia. Não me canso de falar com os meus amigos e familiares tudo que vivi.
Preciso confessar algo, eu ficava muito brava comigo mesma, porque a tia da perua que leva meu filho à escola, fez um roteiro e com isso meu filho sai de casa às 14h para chegar à escola somente às 15h, ele estuda das 15h às 19h, entrega ele somente às 20h. Quando ouvi o relato da comunidade Santa Maria, que as crianças demoram aproximadamente 4h para chegar à escola, me senti muito mal, egoísta, mesquinha...Estou compartilhando tudo isso, pois tudo que vivi e ouvi, me fez refletir muito.”

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