sexta-feira, 23 de março de 2012

Projeto de Emprendedorismo Comunitário

O Grupo Cheiro do Mato participa de capacitação em Aromaterapia e Sustentabilidade, no Itapitangui, com a aromaterapeuta pernambucana Maíra Darllen
Por Bianca C. Magdalena e Maíra Darllen
No dia 25 de fevereiro o Grupo Cheiro do Mato, que manipula e comercializa produtos naturais com ervas medicinais, como sabonetes e unguentos participou da Oficina de Aromaterapia e Sustentabilidade, organizada pelo Coletivo Educador de Cananéia, com apoio da Rede Cananéia, com patrocínio do Programa Petrobrás Desenvolvimento e Cidadania, com a Aromaterapeuta Maíra Darllen.
A atividade contou com oito horas de duração onde os integrantes puderam conhecer sobre os fundamentos científicos da aromaterapia; o poder terapêutico de 22 óleos essenciais; seus modos de utilização; além da prática de manipulação das essências vitais e naturais das plantas aromáticas na criação de produtos artesanais aromaterápicos como, sabonete líquido, shampoo, hidratante e óleo corporal.
A Aromaterapia, sendo uma prática terapêutica que utiliza as essências vivas das plantas para gerar saúde e bem-estar, vem contribuir no equilíbrio de sintomas que emergem em nosso corpo físico; nas expressões mentais e emocionais que nos afastam de um estado de harmonia e satisfação de nossa realidade; gerar estímulos à ambientes; e nos proporcionar uma alternativa de vivermos em contato com essências que preservam a dinâmica de saúde e vida de alguns vegetais.
Para estes efeitos, torna-se necessário não apenas conhecermos as indicações terapêuticas, geralmente catalogadas, dos óleos essenciais, mas também, estarmos inteirados e seguros referentes aos mecanismos de absorção dos óleos aromáticos na pele e no nosso campo psicológico; ao processo criativo de escolha harmônica dos óleos adequados para cada necessidade; e enfim criar produtos aromáticos que não seduzam apenas pelo cheiro, mas que em seu cheiro de mato nos favorece o melhor, um cuidado básico com qualidade em saúde e potência regeneradora de nossa pele, cabelos e identidade.
Enseada da Baleia realiza encontro para criação de novos produtos
A Comunidade Tradicional Caiçara da Enseada da Baleia se reuniu para decidirem os produtos novos para serem comercializados pelo grupo. A nova produção já conta com mouse pad, capinha da latinha e saia de tecido, que foram apresentados aos consumidores e comercializados durante a Feira de Economia Solidária.
SINTRAVALE adquire mudas de pupunha
A SINTRAVALE – Associação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Vale do Ribeira e Litoral Sul – Sub-sede Cananéia, em parceria com a Prefeitura Municipal da Estância de Cananéia, através dos Departamentos de Agricultura e Meio Ambiente e Depto de Transporte, adquiriu mudas de pupunha na cidade de Juquiá, no início do mês de março, com a finalidade de inserir este tipo de produção nas unidades produtivas de cinco famílias que compõem o SINTRAVALE.
Segundo o coordenado do empreendimento comunitário Reinaldo de Oliveira, já foi possível realizar a revitalização ou a inserção da roça de pupunha, arroz e mandioca, especialmente de pupunha nas cinco unidades familiares, com o objetivo de aumentar a renda dos participantes do Projeto com a produção e venda de pupunha.
Além disso, no final de fevereiro, por meio da mesma parceria, também realizou a aquisição de aves e insumos para a produção de ovos caipiras, na cidade de Cajati, para melhorar este tipo de produção nas unidades produtivas de três famílias que compõem o SINTRAVALE, localizadas no Bairro da Ex-Colônia Velha.
Ex-Colônia realiza reunião sobre o término da sede e cadastra participantes do Projeto
As Mulheres Artesãs do Remanescente Quilombola Ex-Colônia Velha realizaram um reunião no dia 22 de fevereiro, às 14h30, para organização para o término da sede.
Já no dia quatro de março, às 17h00, a coordenadora do empreendimento comunitário, Maria Anita Davies realizou o cadastro das participantes do Projeto, inserindo cerca de dez pessoas.
Maculelê continua com treinos e ensaios
O Filhos de Cananéia Maculelê continua realizando treinos e ensaios no Centro Comunitário às sextas-feiras.
Oficinas de trançado em taboa e manejo de taquara da CAF
A CAF – Cananéia Artes e Fibras retomou vem realizando suas Oficinas de Trançado em Taboa, buscando aumentar o grupo de mulheres artesãs, para melhora da produção.
De acordo com Valkíria Monteiro Pereira, coordenadora do empreendimento comunitário, as Oficinas de Trançado acontecem às segundas-feiras, das 14h00 às 17h00 na sede da Associação Rede Cananéia e às sextas-feiras na Casa do Caminho.
Já no dia primeiro de abril, domingo, será realizada a Oficina de Manejo em Taquara, com o objetivo de inserir essa matéria-prima aos trabalhos do Grupo.
São Gonçalo realiza Oficinas de Artesanato
O Grupo de Fandango Batido São Gonçalo vem realizando suas Oficinas de Artesanato Tradicional, buscando formar novos artesãos, todas as segundas e quintas-feiras das 19h30 às 20h30, na oficina do Grupo.
Além disso, o Grupo participou do Mercado Paulista Solidário e realizou apresentação de dança e música no último dia 25, domingo, no Ponto de Cultura “Caiçaras”.
Com o objetivo de avaliar os resultados das ações, os participantes do grupo foram entrevistados por um dos coordenadores do empreendimento comunitário, Amir Oliveira Garcia Filho. Segundo os participantes todos vêm aprendendo muito sobre a cultura caiçara, o fandango e o artesanato, além de conhecerem novas culturas através de intercâmbios e apresentações, possibilitando, também, a geração de renda entre eles.

Colônia Z-9 informa:

Reunião MPA - A Colônia de Pescadores Z-9 “Apolinário de Araújo”, através de seu presidente, Wagner Robinson Klimke, pescador, participou da reunião em São Paulo no MPA -“Ministério da Pesca e Aquicultura”, onde se tratou de vários pontos e demandas em prol da categoria da pesca artesanal, na ocasião estiveram presente as duas secretárias da Colônia Z-9, Tatiana Cardoso e Simony Celly Reis Rios e também o presidente da Colônia Z-7 de Iguape, Rafael Ribeiro e a secretária Gisele.
Seguro Defeso do Camarão - A Colônia Z-9, junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, promove mais um Auxílio do Seguro Defeso do Camarão Sete Barbas e Branco neste mês de março de 2012, na sede da mesma. Para que os pescadores se envolvam no referido defeso, o mesmo tem que estar com seus documentos atualizados, (vide) RGP – da Carteira de Pesca, NIT- atualizado no INSS, não estar vinculado a nenhum benefício da Previdência Social, nem estar com vínculo trabalhista, visualizado pelo CAGED – Cadastro Geral de Emprego e Desemprego.
Embarcações
- A Colônia Z-9 esteve em reunião em Santos no último dia 19 de março, segunda-feira, onde esteve presente o presidente da organização, Wagner R. Klimke, Alineide Lucena Costa da Fundação Florestal e o Sr. Ibanês, procurador marítimo e representantes da Marinha do Brasil. Neste encontro foi levantada a situação em que se encontram as embarcações de pesca artesanal de Cananéia sob inscrições e documentos outros. Também aplaudimos a soma de dificuldades previstas pelos agentes da Marinha em que será possível o aceite de Escritura Pública de Propriedade registrada em Cartório.

Germinar

Associação de Capoeira Nosso Senhor do Bonfim – Filhos de Cananéia participam de Mutirão de Limpeza de Praia em Iguape

No último dia 17 de março, sábado, às 14h00, a Associação de Capoeira Nosso Senhor do Bonfim realizou o Mutirão de Limpeza de Praia, na Praia da Juréia e Barra do Ribeira, na cidade de Iguape, contando com a colaboração do Grupo de Cananéia.
A ação faz parte da Campanha “Não jogue Lixo na Praia, jogue Capoeira!”, tendo como lema “ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja”.

Cananéia sedia encontro de capoeiristas

O encontro será uma homenagem ao mestre Reginaldo Santana
Nos próximos dias 21 e 22 de abril, sábado e domingo, na Praça Theodolina Gomes, na Rua do Artesão, Cananéia sediará um grande encontro de capoeiristas conhecidos por todo o Brasil, em homenagem ao mestre Reginaldo Santana, fundador do Grupo Nosso Senhor do Bonfim.
Na ocasião, ele receberá o título de Grão-Mestre das mãos de seus formados. Esse título é a maior honra que um mestre pode alcançar.
O evento contará com presença de muitos capoeiristas famosos, como mestres, professores e também de muitos multiplicadores da cultura afrobrasileira, além de apresentações culturais de Maracatu, Coco, Samba de Roda, Jongo, Roda de Capoeira, Maculelê e conversa com Griôs que estarão passando um pouco de suas experiências no mundo da capoeira.
Haverá, ainda, uma Missa em homenagem ao irmão do Mestre e de Antônio Rodrigues que foi quem ensinou os primeiros passos à Reginaldo Santana na capoeira.

Defeso do Camarão

APA Marinha
Desde o dia 1º de março até o dia 31 de maio, está em curso o período de defeso do camarão em todo o Litoral Paulista. Nesse período, fica proibida a pesca de arrasto motorizado dos camarões branco, rosa, santana, sete barbas e outros.
O defeso é a paralisação temporária da pesca para a preservação de uma espécie, cujo objetivo é proteger o período de reprodução e crescimento das espécies, garantindo, assim, a integridade dos estoques pesqueiros e evitando a sua extinção. O desrespeito ao período de defeso poderá gerar processo por crime ambiental e multa, cujo valor varia de acordo com a quantidade de camarão, além da apreensão dos equipamentos de pesca.
Segundo a Instrução Normativa IBAMA nº189/2008, o desembarque das espécies mencionadas será tolerado somente até o segundo dia corrido após o início do defeso. A cadeia produtiva, que inclui pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela captura, conservação, beneficiamento, industrialização, comercialização e transporte de camarões deverá declarar à Superintendência Estadual do IBAMA, uma relação detalhada do estoque das espécies existentes, indicando os locais de armazenamento. Estas declarações deveriam ser encaminhadas ao IBAMA até o dia sete de março.
Para outras informações o escritório mais próximo no Litoral Sul fica em Santos, à Avenida Coronel Joaquim Montenegro, 297 – Bairro Aparecida, tel.: (13) 3227-5775. Essa declaração é necessária para que o comerciante comprove que o camarão comercializado foi pescado antes do período de defeso.
O camarão é um recurso pesqueiro de grande valor comercial, amplamente consumido e está com o excesso de captura.

Cruzeiro EducArte do Projeto Boto-Cinza na Enseada da Baleia

Por Leandro Cagiano
Na manhã de sábado, 11 de fevereiro, o dia amanhecia ensolarado e o barco de pesquisa do Projeto Boto-Cinza saía de Cananéia com destino à Enseada da Baleia, um pequeno e simpático vilarejo caiçara situado ao sul da Ilha do Cardoso, litoral sul do Estado de São Paulo. No barco, uma equipe de dez integrantes, entre eles quatro adolescentes moradores da cidade de Cananéia, que fazem parte do Programa Jovem Pesquisador do IPeC – Instituto de Pesquisas Cananéia, um Programa que os possibilita vivenciar o dia-a-dia da pesquisa científica na área da biologia, tendo a oportunidade de expandirem seus conhecimentos sobre a riqueza natural da localidade onde vivem, ao mesmo tempo em que passam a valorizá-la.
Seguindo pelo "mar de dentro” - águas protegidas do estuário Lagamar onde o rio e o mar se encontram, se beijam e se misturam para criar as condições perfeitas à existência de um verdadeiro berçário da vida marinha - o céu se fechava em nuvens cinzas carregadas pelo vento que soprava do sul, os numerosos botos se exibiam em uma pescaria à volta do barco de pesquisa. Logo ali perto a equipe de filmagem da TV América Latina acompanhava o barco para a produção do documentário “Meu País, Nosso Mundo” que retrata adolescentes da América Latina engajados em questões ambientais. Sob o frio e a chuva, a equipe seguia em frente cercada pelas vastas paisagens de lindos manguezais e da exuberante Mata Atlântica que recobre as montanhas da Ilha do Cardoso até a chegada à Enseada da Baleia. Naquela noite, o céu desabou em tempestades com raios e trovoadas, o que levava a equipe a crer que toda a atividade iria, literalmente, por água a baixo.
Na manhã de sábado já não chovia, o céu nublado aos poucos se abria e dava passagem para o Sol, o barco de pesquisa saía novamente, agora em direção ao Marujá, a maior vila da Ilha do Cardoso, para buscar as crianças desse povoado e levá-las para as atividades na Enseada da Baleia e, assim, o mesmo aconteceu com na vila do Pontal do Leste, no fim da Ilha, e com a Vila da Barra do Ararapira, também no fim da Ilha, mas do outro lado do canal, já no Estado do Paraná. De volta à Enseada da Baleia, as crianças participaram de oficinas de quebra-cabeça, pintando as peças que ao se unirem formavam a imagem do boto-cinza Zinho, um personagem do Guia de Educação Ambiental do Projeto Boto-Cinza. Depois de uma pequena pausa para o lanche, as crianças, e também os adultos, se colocaram a postos para assistir ao grande momento do Cruzeiro EducArte, o teatro de sombras, uma peça montada pelos Jovens Pesquisadores, dirigidos pela coordenadora de educação ambiental Daiana Proença e pela pesquisadora Inês Ferreira Guedes. A peça apresentou os ambientes do Lagamar e as espécies que habitam ou visitam a região. Conduzida pela personagem Fran, uma baleia Franca, e seu filhote Franco, a história relata e questiona entre os personagens todas as dificuldades da vida marinha e selvagem em relação às ações humanas que interferem na natureza de maneira negativa. Uma peça leve e divertida que informou, ensinou e entreteve as crianças que observavam curiosamente com olhos fixos e compenetrados aos jogos de luzes e sombras, atentos às falas e às formas dos personagens.
Terminado o teatro de sombras, as crianças foram convidadas a participar de uma oficina para criação dos personagens, eufóricas, todas se prontificaram. Ao final, o barco de pesquisa, sob o pôr-do-sol de um céu alaranjado de verão, partiu da Enseada da Baleia, levando de volta pra casa cada criança com seu personagem produzido, lembranças do Projeto Boto-Cinza e ensinamentos valiosos de uma divertida, inesquecível e iluminada tarde na simpática Enseada da Baleia.

SINTRAVALE realiza intercâmbio em Barra do Turvo

Por Juliano S. Nascimento
Entre os dias de 27 de fevereiro a um de março ocorreu em Barra do Turvo-SP a continuidade da parceria entre os agricultores do SINTRAVALE e a COOPERAFLORESTA – Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrianópolis. Os agricultores e técnico do município de Cananéia foram participar de uma vivência com os agricultores que já trabalham com Sistemas Agroflorestais há algum tempo no município de Barra do Turvo.
Essa iniciativa é proposta e executada pela COOPERAFLORESTA, através do “Projeto Agroflorestar”, que tem como objetivo promover o intercâmbio e a troca de conhecimento entre seus agricultores e agricultores de outras localidades com o intuito de disseminar as experiências sobre agrofloresta e organização coletiva.
Estiveram presentes nessa vivência representantes da agricultura familiar do bairro da Aroeira e do Retiro (RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Itapanhoapina) e o técnico Juliano S. Nascimento. A parceria também conta com Fundação Florestal, Prefeitura Municipal da Estância de Cananéia e Associação Rede Cananéia.
Como continuidade a proposta é implantar duas áreas experimentais de agrofloresta no município e Cananéia, para isso está sendo previsto um mutirão entre os agricultores e técnicos de ambos os municípios.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Associação Rede Cananéia realiza II Feira de Economia Solidária

Geração de renda, resíduos sólidos e barragens foram alguns dos temas trabalhados durante o evento
Durante os dias 9 e 10 de março aconteceu em Cananéia a II Feira de Economia Solidária do município. Organizada pela Associação Rede Cananéia, através do Projeto Rede de Fomento ao Empreendedorismo Conservação e Sustentabilidade de Iniciativas Comunitárias – Fase 2, o evento contou com a participação de 9 empreendimentos econômicos solidários associados à Rede, bem como de outros das cidades da região como Registro e Miracatu, através da participação do Mercado Paulista Solidário.
Além das tendas com vendas de produtos artesanais, esteve presente também o grupo de catadores de materiais recicláveis de Cananéia realizando uma conscientização sobre a coleta seletiva e a separação correta do lixo doméstico. O Coletivo Educador de Cananéia também esteve presente divulgando o dia 14 de março – Dia Mundial de Luta Contra as Barragens. Em sua tenda, o Coletivo distribuiu folders sobre a barragem da Usina Hidrelétrica (UHE) Tijuco Alto e realizou um diálogo com os visitantes sobre as consequências do possível empreendimento para a região. O Projeto Boto-Cinza/IPeC divulgou em sua tenda os conhecimentos e resultados gerados a partir dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelo Instituto na região Estuário Lagamar.
Empreendimentos de manifestações tradicionais artísticas, também associados à Rede Cananéia e apoiados pelo projeto, estiveram presentes no evento realizando suas apresentações de rodas de capoeira e maculelê e o batido São Gonçalo. Samba e fandango também agitaram as noites da feira.
Ainda como parte da programação, oficinas temáticas foram realizadas na tenda central do evento. Entre elas, a oficina de arpilleras que através de uma tela bordada em juta com retalhos retratou a luta de mais 20 anos dos moradores do Vale do Ribeira contra a construção da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto. Foram realizadas também oficinas de produção de brinquedos a partir de materiais recicláveis e máscaras artesanais de papelão com representação de animais da fauna local.
O objetivo do evento foi dar visibilidade para iniciativas de economia solidária realizadas no município e região e fomentar a geração de renda para esses empreendimentos. Além disso, a temática “resíduos sólidos” foi trabalhada durante o evento apoiando e buscando fortalecer o trabalho dos catadores de materiais recicláveis.
Esta ação contou com o patrocínio da Petrobras, através do Programa Desenvolvimento & Cidadania e de outros parceiros locais como Miami Pescados, Drogaria Regifarma, Padaria Nossa Senhora dos Navegantes, Supermercados Millennyum, Canjerê Artesanatos, Peixaria do Jura´s e PEF – Programa Escola da Família da Escola Estadual “Professora Yolanda Araújo Silva Paiva”.

II Feira de Economia Solidária em Cananéia, organizada pela Rede Cananéia e parceiros realiza Oficina de Arpilleras sobre a barragem de Tijuco Alto

Coletivo Educador do Lagamar
A II Feira de Economia Solidária de Cananéia aconteceu durante os dias 9 e 10 de março e contou com a presença de artesãos do município associados à Rede Cananéia e também de outras cidades do Vale do Ribeira, como Miracatu e Registro. Além das tendas com vendas de produtos artesanais, esteve presente também o grupo de catadores de recicláveis de Cananéia realizando uma conscientização sobre a coleta seletiva e o Coletivo Educador de Cananéia divulgando o dia 14 de março – Dia Mundial de Luta Contra as Barragens. Em sua tenda, o Coletivo distribuiu folders sobre a barragem da Usina Hidrelétrica (UHE) Tijuco Alto e realizou um diálogo com os visitantes sobre as consequências do possível empreendimento para a região.
Temáticas relacionadas às barragens foram trabalhadas também durante as oficinas realizadas no evento. Como parte da programação da feira, aconteceu no sábado, dia 10, a oficina de Bordados Arpilleras, técnica têxtil de bordados originária da Isla Negra, no sul do Chile, durante a Ditadura de Augusto Pinochet, na década de 1970. Os bordados proporcionavam às mulheres, esposas e mães debater entre linhas, agulhas e retalhos a opressão do regime militar que sequestrou e matou seus companheiros, filhos e familiares. Os "tapetes difamatórios," como eram chamados pelos opressores, chegaram, inclusive, a ser perseguidos.
Confeccionada com sacas de farinha as arpilleras percorrem vários países e atualmente é fruto de exposições e oficinas temáticas, por meio do trabalho da curadora Roberta Bacic e da psicóloga Esther Vital, que ministrou a oficina realizada durante a feira. Essa é a segunda vez que Esther visita o município para realizar a oficina para produção das peças.
Para retratar os mais de 20 anos de luta do Movimento dos Ameaçados por Barragens (MOAB) uma arpillera foi bordada com muitas mãos, em parceria com o Coletivo Educador de Cananéia, com a esperança de manter o Rio Ribeira de Iguape livre! Hoje, o rio Ribeira é o único rio do Estado de São Paulo sem barragens.
A peça está exposta na Associação Rede Cananéia, localizada na Rua Antonio Colasso de Souza, n.120, Carijó, Cananéia/SP.
A resistência de mais de 20 anos: UHE Tijuco Alto
Após 22 anos de luta contra a construção da barragem da UHE Tijuco Alto para alguns até parece bobagem, ou um evento muito distante, mas na verdade, resistir tanto tempo é um feito histórico. Na década de 1980 foram propostas quatro construções de Usinas Hidrelétricas no rio Ribeira de Iguape. Naquela época, a CESP, antiga Companhia de Energia de São Paulo, pleiteava três barragens. O grupo Votorantim, representado pela Companhia Brasileira de Alumínio – CBA pleiteava uma, a UHE Tijuco Alto. Até hoje o grupo Votorantim almeja esta Usina, que de acordo com o Ministério de Minas e Energia estará funcionando em 2020. A CBA precisa tanto de energia para produzir alumínio para exportação que está nessa briga há mais de 20 anos, já que a construção dessa UHE permitiria o aumento da produção de alumínio, e consequentemente o aumento dos lucros do grupo Votorantim.
É espantoso pensar que uma região toda será prejudicada para beneficiar apenas um grupo empresarial. Tão espantoso quanto, é saber que o governo considera a geração de energia como utilidade pública. Mesmo um único grupo se beneficiando. A lógica do governo é: "se esta empresa consome 10.000 kWh da rede pública e vai produzir o suficiente para suprir 1.000 kWh, a rede vai se beneficiar com estes mesmos 1.000 kWh." Isso de fato seria de utilidade pública, se a geração de energia não fosse para o aumento da produção. A população em nada se beneficia com isso, pelo contrário, sofre com os prejuízos. O rio Ribeira foi contaminado com escória de chumbo que está no fundo do rio, o risco de haver uma nova contaminação é grande. Algumas cavernas serão alagadas, algumas populações quilombolas terão suas terras alagadas, além da mudança no rio que compromete a pesca e pode deixar quase que um município inteiro desempregado. Já que os empregos que serão gerados com a construção da Usina serão de apenas 60 vagas.
De um lado da balança temos o riquíssimo grupo Votorantim aumentando seus lucros e com o título de utilidade pública para sua geração de energia; do outro lado temos a população com menor IDH do Estado, produtora de alimentos, com risco de contaminação por chumbo e podendo perder seus valiosos e pouco valorados recursos naturais e sem título de utilidade pública. É por conta do resultado dessa balança que há mais de 20 anos a população do Vale luta e continuará lutando contra as barragens no Rio Ribeira.
Terra para a vida e não para a morte! Terra para plantar e não para alagar!
Mais informações nos links:
www.mabnacional.org.br
www.terrasimbarragemnao.blogspot.com
www.ciliosdoribeira.org.br
www.arpillerasdaresistencia.wordpress.com