quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A polêmica construção de Belo Monte na Amazônia

“Não é um problema de geração de energia. É um problema de modelo de sociedade.”
Por Cleber Rocha Chiquinho
Belo Monte é um projeto de construção de uma usina hidrelétrica previsto para ser implementado em um trecho de 100 quilômetros no Rio Xingu, no Estado brasileiro do Pará, na região Amazônica. A previsão é que, quando concluída, a usina será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas e da binacional Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai. Seu custo para construção é estimado hoje em R$ 19 bilhões e a energia assegurada pela usina terá a capacidade de abastecimento de uma região de 26 milhões de habitantes, com perfil de consumo elevado como a Região Metropolitana de São Paulo.
A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte já dura mais de 20 anos. Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, intensificando-se a partir desse ano, quando o IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais concedeu ao Consórcio Norte Energia (vencedor do leilão) a licença válida por 360 dias para a construção da infraestrutura que antecede a construção da usina.
Enquanto o governo afirma que a nova usina, que tem previsão para entrar em funcionamento em 2015, pode beneficiar 26 milhões de brasileiros, ambientalistas e representantes de movimentos sociais argumentam que o impacto ambiental e social da instalação de Belo Monte foi subestimado e apontam para uma suposta ineficiência da hidrelétrica.
Esse é um caso que podemos comparar com um problema semelhante que enfrentamos aqui no Vale do Ribeira, que é o caso da Usina Hidrelétrica de Tijuco Alto, proposta pela CBA – Companhia Brasileira de Alumínio do Grupo Votorantim, que também dura cerca de 20 anos e que não podemos deixar de lado, mas que pode servir de exemplo para a luta dos povos ribeirinhos, índios e comunidades tradicionais que vivem na Amazônia, pois mostramos que, através das audiências públicas, manifestações e principalmente na mobilização da população é possível garantir o que a população quer e necessita e não o que uma pessoa ou um pequeno grupo deseja.

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